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Projetos de GNL dos EUA são impulsionados no Golfo do México como alternativa ao gás russo

29.03.2022


Dois anos atrás, a empresa americana de gás natural liquefeito (GNL) Tellurian caiu no mercado de ações, demitindo funcionários em massa e suspendendo seu projeto de terminal de exportação na Louisiana.

Hoje, seu presidente, Charif Souki, se alegra porque investidores e banqueiros “fazem fila na porta” para dizer: “podemos financiar seu projeto?”.

“A demanda e o desejo dos europeus de não depender mais do gás russo são sinais claramente positivos para o mercado. Eles vão ajudar (…) nas decisões finais de investimento” que serão tomadas principalmente no Golfo do México, explica Charlie Riedl , vice-presidente da Associação de Fornecimento de Gás Natural.

Em 8 de março, devido à guerra desencadeada após a invasão da Ucrânia por Moscou no final de fevereiro, os Estados Unidos proibiram a importação de GNL, petróleo e carvão russos. Durante anos, Washington incentivou a Europa a se tornar menos dependente dos recursos energéticos do gigante vizinho.

Atualmente, oito terminais permitem que os Estados Unidos exportem 400 milhões de metros cúbicos de gás por dia e a construção de cerca de 14 novos terminais já foi aprovada pela Federal Energy Regulatory Commission (Ferc).

É o caso do Driftwood LNG, futuro local de liquefação e terminal de exportação de Tellurian, ao sul de Lake Charles, no estado de Louisiana (sul).

Fechado há um ano e meio, o início das obras está programado para o próximo mês. Poderá exportar 100 milhões de metros cúbicos por dia.

“Em princípio, poderemos entregar GNL em 2026” para as petroleiras Shell, Vitol e Gunvor, diz o empresário americano-libanês Charif Souki em entrevista à AFP por ocasião da CERAWeek, a grande feira do setor de energia, em Houston, Texas.

A construção da usina deve acelerar nos próximos meses na Louisiana, onde a Ferc aprovou cinco projetos, mas também no Texas e no Mississippi (sul), onde há sete empreendimentos planejados.

– “Mais rápido do que antes” –

Desde suas primeiras exportações em 2016, a região se tornou o principal porto de embarque de GNL. Uma rede de gasodutos liga esses estados do Golfo do México ao os campos do Sul, as bacias do Permiano e Haynesville, mas também a Marcellus, no nordeste, a maior reserva terrestre do país.

Uma vez na costa, o gás é liquefeito e transferido para os navios de hidrocarbonetos encarregados de exportá-lo, principalmente para a Europa.

Não muito longe do futuro estaleiro, a Venture Global LNG viu este mês o primeiro navio-tanque de GNL deixar seu novo terminal Calcasieu Pass, construído ao lado de sua fábrica em apenas 29 meses, lembra seu CEO, Mike Sabel.
 

Seja pelos múltiplos procedimentos administrativos deste local ou de outra fábrica em construção perto de Nova Orleans, ele acredita que, desde a crise na Ucrânia, as autoridades têm emitido suas autorizações “mais rápido do que antes”.

No entanto, ambientalistas expressam preocupação.

“Aumentar a produção de gás nos Estados Unidos é uma proposta perdedora para as comunidades do Golfo, da Europa e do clima”, estima a ONG ambientalista CIEL.

“O GNL reúne todos os impactos ambientais do gás de xisto, mais as emissões de liquefação, resfriamento e transporte intensivos em energia. Além disso, põe em risco a vida dos habitantes do entorno dos locais de extração e produção e exportação”, denuncia Nikki Reisch, seu diretor de Clima e Energia.

“A guerra (na Ucrânia) deve impulsionar os investimentos em energia renovável… não multiplicar a energia suja que claramente exacerba a instabilidade política, econômica e climática”, disse ele à AFP.

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