Menu

Notícias

Volta da bandeira verde deve aliviar contas de energia

07.04.2022


Após se queixar de não poder intervir nas bandeiras tarifárias, o presidente Jair Bolsonaro anunciou ontem, no Twitter, que a partir do dia 16 de abril passará a vigorar a bandeira verde, sem cobrança adicional nas contas de luz dos consumidores.

Momentos depois da postagem do presidente, veio a confirmação pelo Ministério de Minas e Energia. A pasta informou que seria antecipado o fim da bandeira escassez hídrica em vigor desde setembro do ano passado para cobrir os custos de medidas excepcionais para livrar o país de novo programa de racionamento de energia ou cortes de cargas (apagões) nos períodos do dia de maior consumo.

Na prática, houve antecipação em cerca de 15 dias do fim da bandeira especial, com acréscimo de R$ 14,20 a cada 100 kilowatts-hora (kWh) consumidos no mês. No ano passado, a Agência Nacional de Energia Elétrica anunciou que a bandeira escassez hídrica era necessária para cobrir o custo de R$ 13,8 bilhões.

Prevendo que a arrecadação não seria suficiente, o governo autorizou a tomada de novo empréstimo de até R$ 10,5 bilhões para cobrir a despesa remanescente da pior crise hídrica vivida pelo setor nos últimos 91 anos. Além disso, a operação de crédito evitará que os custos sejam novamente repassados para os consumidores, via tarifas, e pressionem novamente a inflação em ano eleitoral.

O financiamento que será tomado pelas distribuidoras em nome do setor será capaz de gerar uma pequeno alívio nas tarifas, cerca de 2%. Porém, nos anos seguintes, o consumidor terá que conviver com pequena alta enquanto durar o prazo de amortização.

Conforme antecipou Bolsonaro em sua rede social, a pasta de Minas e Energia informou que, com o fim da chamada “taxa extra” na conta de luz, os consumidores deverão contar com uma redução de cerca de 20% nas tarifas a partir do próximo mês.

 

“Em 2021, o Brasil enfrentou a pior seca dos últimos 91 anos. Para garantir a segurança no fornecimento de energia elétrica, o país utilizou todos os recursos disponíveis e o governo federal teve que tomar medidas excepcionais”, informou o MME em posicionamento.

De acordo com o ministério, houve um “esforço de todos os órgãos do setor elétrico” superar o risco de falta de energia, que agora foi “totalmente afastado”.

Em nota, o órgão federal, responsável pela política publica do setor, lembrou que os reservatórios estão “muito mais cheios” do que no ano passado, com os usos múltiplos da água preservados.

“Não será mais necessário o acionamento de geração termelétrica adicional no sistema. Com a redução da geração termelétrica mais cara e o aumento da produção das hidrelétricas e das demais fontes renováveis, os custos serão menores durante o próximo período seco, que vai de maio a novembro, o que se traduzirá em menores tarifas para os consumidores”, informou.

“Com a redução desses custos [das térmicas], será possível antecipar o fim da bandeira escassez hídrica para 15 de abril. E mais, com a manutenção das atuais condições de chuva, o Governo trabalha com a perspectiva de bandeira verde até o final do ano”, registrou

Link Externo: target="_blank" href="http://valor.globo.com/brasil/noticia/2022/04/07/volta-da-bandeira-verde-deve-aliviar-contas-de-energia.ghtml"

Autor: Rafael Bitencourt e Fabio Murakawa

« VOLTAR