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Consumidor nem sentirá desconto na conta de luz

14.08.2015


A presidente Dilma Rousseff lamentou, ontem, o tarifaço nas contas de luz e anunciou que, em, setembro, o governo vai reduzir entre 15% e 20% o valor da bandeira vermelha aplicada às faturas. Hoje, a bandeira vermelha representa um acréscimo de R$ 5,50 para cada 100 quilowatts utilizados e, com a mudança, o valor deve ficar de R$ 4,50 a R$ 5,00. A redução, portanto, mal será percebida pelos consumidores porque os reajustes nas tarifas, que ultrapassam 50%, continuarão pesando no bolso dos brasileiros. "Vai ser algo como R$ 5 numa conta de RS 500. Quase insignificante", calculou o presidente da Thymos Energia, João Carlos Mello. "E verdade, sem sombra de dúvida, que as contas de luz aumentaram e, por isso, nós lastimamos. Mas elas aumentaram justamente porque, diante da falta de energia, nós tivemos de usar as termelétricas e, por isso, pagar bem mais do que pagaríamos se houvesse apenas hidrelétricas no nosso sistema", afirmou a presidente no evento de lançamento do Programa de Investimento em Energia Elétrica (PIIE), no Palácio do Planalto. "Se não tivéssemos construído termelétricas, teríamos tido um brutal racionamento" acrescentou Dilma. "E melhor pagar um pouco mais para ter energia, porque o preço de ela faltar é imenso", justificou. A presidente explicou que a redução do valor da bandeira vermelha será possível porque o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) decidiu, na semana passada, desligar as usinas térmicas com custo de geração acima de R$ 600 o megawatt/hora (MWh). Com o corte, as termelétricas mais caras do país deixaram de gerar 2 mil MW. O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, ressaltou que não haverá mudança para a bandeira amarela, que é menos onerosa para o consumidor, porque o período ainda é seco. "Não temos a segurança para acionarmos a bandeira amarela. Em outubro e novembro, faremos nova avaliação", disse. Segundo o ministro, o valor do desconto na bandeira vermelha será definido até o próximo dia 28. "O Brasil continua investindo em geração e transmissão de energia e vamos chegar a 2018 com um sistema mais robusto, com custos declinantes e competitivos. Temos muitos desafios no setor, mas vivemos um clima de colaboração e diálogo, transparência e soluções negociadas", acrescentou. O presidente da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Mauro Borges, afirmou que as tarifas de energia não sofrerão redução e estimou que a bandeira vermelha vai continuar sendo aplicada até terminar a Ele acrescentou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não fez qualquer comunicado sobre mudança tarifária. "Então, por enquanto, fica a bandeira vermelha, até a segunda ordem do regulador", disse, ao sair de uma reunião com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para tratar de investimentos no setor de transmissão. Alerta continua 0 diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, já havia dito, na segunda-feira, que não vê, a curto prazo, mudança da bandeira vermelha para amarela, mesmo com a decisão do governo de desligaras usinas térmicas mais caras. "A bandeira só vai mudar para a cor amarela quando a geração de energia térmica de custo abaixo de R$ 388/MWh for desligada. E este não é o cenário provável", declarou.

Autor: Correio Braziliense

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