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Conta de luz sobe 70% em SP e Curitiba

24.11.2015


De janeiro até outubro, a tarifa de energia elétrica residencial saltou 49% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mas a variação média elevada esconde situações diferentes em cada região. Enquanto em São Paulo e Curitiba, o aumento da conta alcançou 70% no período, as cidades do Nordeste e do Norte pesquisadas pelo IBGE registraram inflação menor nesse item, ainda que acima de 10% em todos os casos. A capital com maior aumento de eletricidade foi Fortaleza, onde as tarifas avançaram 37,84% no acumulado do ano. Em seguida, aparecem Salvador (27,67%), Recife (22,84%) e Belém (17,07%). "O aumento não é uniforme porque cada região tem encargos setoriais diferentes", diz Ricardo Savoia, diretor da consultoria Thymos Energia, referindo-se à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), uma das principais responsáveis pela disparada nos preços da energia elétrica ao longo de 2015. Neste ano, o Tesouro Nacional parou de bancar as despesas da conta criada inicialmente para concentrar subsídios à tarifa para baixa renda e universalização da energia, que passaram a ser cobradas integralmente dos consumidores. Nos cálculos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a mudança foi responsável por 16,6% da alta no Sudeste este ano. Para o Nordeste, o encargo pesa apenas um quarto do que é cobrado nas demais regiões. No Sul, Sudeste e Centro-Oeste, afirma Savoia, 21% da compra de energia das grandes distribuidoras está atrelada à energia gerada pela usina de Itaipu, cotada em dólar, e que foi reajustada em 46% neste ano. Esse custo maior não afetou concessionárias do Norte e do Nordeste, que não recebem essa energia. Como resultado desses dois fatores, o reajuste extraordinário autorizado pela Aneel em março para cobrir custos das concessionárias com a compra de energia antes das correções ordinárias anuais das distribuidoras foi muito mais forte nas capitais do Sul do Sudeste. Na média, a Revisão Tarifária Extraordinária (RTE) elevou em 23,4% as tarifas de eletricidade em todo o país, mas o índice foi maior em Curitiba (31,86%), São Paulo (27,91%) e Porto Alegre (26,31%). Já a conta de luz nas regiões Norte e Nordeste sofreu acréscimo médio de apenas 5,5% devido à RTE. No Rio, os preços ao consumidor da principal concessionária subiram 17,21% a partir do dia 7 de novembro, alta ainda não captada pelo IPCA, mas mesmo assim a energia ao consumidor já avançou 35,2% até outubro no indicador, em função principalmente do aumento extra de 21% efetuado em março. Nos cálculos de Fabio Romão, economista da LCA Consultores, a tarifa de energia em São Paulo terá alta de 73,8% em 2015. Sozinho, o aumento na capital paulista será responsável por mais de vinte pontos percentuais da alta de 52,4% projetada para todo o Brasil, devido ao elevado peso da eletricidade em São Paulo dentro desse item no IPCA (27,9%). Na média do país, lembra Romão, o maior impacto sobre a tarifa de energia ficou por conta do reajuste autorizado pela Aneel, que levou a alta de 22,1% no mês de março. A segunda pressão mais significativa sobre os preços foi a entrada do sistema bandeiras tarifárias, que aumentam ou diminuem o custo de energia de acordo com as condições de geração. Como o ano já começou com o pior cenário - a bandeira vermelha, que indica aos consumidores que as térmicas mais caras estão acionadas - as tarifas avançaram 8,3% em janeiro, observa o economista. Não há perspectiva de saída do sinal vermelho para o consumo neste ano, mas em setembro o acréscimo extra com essa cobrança diminuiu de R$ 5,50 para R$ 4,50 por cada 100 kilowatt-hora (KWh), após o desligamento de 21 térmicas. Fonte: Valor Econômico, 23/11/2015.

Autor: Mais energia solar

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