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Geração eólica atinge 6% da matriz energética brasileira no fim deste ano

12.12.2015


A capacidade instalada de energia eólica no Brasil chegará a 8,44 gigawatts (GW) no fim deste ano, afirmou ontem a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Gannoum. Segundo ela, a fonte responde hoje por 6% do parque gerador brasileiro. "Estamos com 8,2 [gigawatts]. Devemos encerrar o ano com 8,44 [gigawatts] de capacidade instalada", disse a executiva, durante evento de lançamento do Caderno de Energias Renováveis Complementares da FGV Energia, no Rio de Janeiro. "Estamos em torno de 6% da matriz elétrica nacional. E a perspectiva do PDE [Plano Decenal de Energia] é que a eólica alcance uma posição ainda mais favorável, chegar a 2024 com cerca de 12% de participação na matriz. Nosso número de mercado traz essa participação [de 12%] para 2022", afirmou Elbia. A presidente da Abeeólica destacou que, no dia 2 de novembro, a produção de energia eólica atingiu 10% da carga do sistema nacional e 46% da carga do sistema do Nordeste. "O El Niño está fazendo com que os ventos continuem gerando fora da safra [que começa em junho e alcança o pico entre setembro e outubro]", afirmou a executiva. Elbia destacou também que o Brasil alcançou, em 2014, a 10ª posição do ranking mundial de capacidade eólica, com 5,96 GW. Naquele mesmo ano, segundo ela, foram investidos R$ 18 bilhões no setor eólico brasileiro. "O Brasil já pode dizer que tem uma indústria em alto estágio de desenvolvimento", completou. A executiva, porém, reafirmou que o encarecimento e a falta de recursos para financiamento de novos projetos eólicos e problemas regulatórios com relação à transmissão de energia pode dificultar a expansão da fonte eólica nos próximos anos. "Hoje o fator que realmente nos provoca preocupação é a transmissão. Realmente temos que repensar a transmissão, seja do ponto de vista financeiro seja de regulação", disse Elbia. A presidente da entidade lembrou que o fato de as eólicas serem obrigadas a ter o ponto de transmissão definido para participar dos leilões de energia tem limitado a concorrência de projetos do tipo nessas licitações. "Essa ideia é boa, mas estamos num processo de transição", afirmou. Elbia também destacou como preocupante a baixa quantidade de lotes negociados no último leilão de linhas de transmissão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). "Vamos ter de colocar a criatividade para funcionar. O que o setor elétrico e eólico vão fazer em 2016 é recriar modelos de transmissão e de financiamento."

Autor: Valor Econômico, 10/12/2015.

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