Menu

Notícias

Plano decenal de energia eleva em 5% a projeção de investimentos no setor

01.11.2013

O Ministério de Minas e Energia colocou ontem em consulta pública o aguardado Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2022. O documento, que traça os rumos para os setores de petróleo e gás natural, energia elétrica e de biocombustíveis, prevê investimentos de R$ 1,151 trilhão nos próximos dez anos. O valor é 4,92% superior à projeção de investimentos no plano anterior, que levava em conta o horizonte 2012-2021. O setor de petróleo e gás natural concentrará a maior parte dos investimentos, R$ 835 bilhões, o equivalente a 72,5% do total previsto até 2022. Desse montante, R$ 625 bilhões são destinados ao segmento de exploração e produção e R$ 201 bilhões para a área de derivados de petróleo. A previsão de investimentos para refino, porém, recuou 1,72% em relação ao plano anterior, totalizando agora R$ 171 bilhões. Na mesma comparação, o setor de energia elétrica também apresentou queda, de 3,34%, e deve receber R$ 260 bilhões de investimentos. A redução se deve ao segmento de geração elétrica, onde devem ser investidos R$ 200 bilhões, contra a previsão anterior de R$ 213 bilhões. A área de transmissão de energia terá um acréscimo de 7,14% no volume de investimentos, totalizando R$ 60 bilhões até 2022. O setor de biocombustíveis foi o mais prejudicado na comparação com o PDE 2021. Os investimentos previstos para a área no plano divulgado ontem alcançam R$ 56 bilhões, equivalente a uma queda de 29,1% em relação ao previsto no plano anterior (R$ 79 bilhões). De acordo com o plano decenal, a produção potencial de petróleo do Brasil pode alcançar a marca de 5,469 milhões de barris diários em 2022. A projeção, 0,64% superior à previsão para 2021 no plano anterior, inclui recursos da União, reservas totais, recursos contingentes e recursos não descobertos contratados. Na área de energia elétrica, o ministério prevê que a capacidade instalada do parque de geração brasileiro salte dos atuais 119,535 mil megawatts (MW) para 183,053 mil MW, significando uma variação de 53%. Entre as principais fontes de energia, o governo estimou elevação de oferta de termelétricas a gás natural, passando de 11,218 mil MW para 14,065 mil MW. No PDE anterior, a estimativa era alcançar 13,102 mil MW em 2021. A expectativa não é a mesma para o carvão. O Ministério de Minas e Energia não prevê capacidade instalada adicional para usinas do tipo ao longo dos próximos dez anos, estabilizando o número em 3.205 MW. O volume é igual ao projetado no PDE 2021. Apesar disso, seis usinas do tipo (que somam 3.340 MW) se inscreveram para o próximo leilão A-5 (que negocia contratos para início de fornecimento de energia em cinco anos), marcado para dezembro. Uma boa notícia foi a redução da previsão de capacidade instalada de térmicas a óleo combustível, de 8.002 MW em 2021, para 3.563 MW, em 2022. Na mesma comparação, o governo reduziu o parque de geração a óleo diesel, de 1.048 MW para 907 MW. O PDE 2022, elaborado com o auxílio da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), contém 410 páginas e traça um amplo diagnóstico do setor energético brasileiro. O estudo também inclui projeções de crescimento econômico que balizaram a estimativa de expansão dos segmentos de energia elétrica, petróleo e gás e biocombustíveis do país. Os interessados podem enviar contribuições para o PDE até o dia 10 e novembro.

Autor: VALOR ECONÔMICO

« VOLTAR