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Todas as atenções se voltam para a região Nordeste, polo de atração de fortes investimentos públicos e privados

01.11.2013

A distância que separa o Nordeste do Sudeste Maravilha já não é mais a mesma. A região superou barreiras históricas, encorpou sua economia no rastro das políticas públicas de geração de emprego e renda e hoje exibe indicadores que animam os mais reticentes. O Produto Interno Bruto (PIB) da região saltou de R$ 191,5 bilhões, em 2002, para R$ 594 bilhões, em 2012. A participação dos nove estados nordestinos no PIB brasileiro passou de 12,7%, em 2004, para 13,5%, ano passado. Pernambuco cresce mais que o país: 2,3% contra 0,9%, em 2012. A Bahia cresceu 3,1%. O Ceará, 3,65%. Os investimentos projetados para a região até 2015 somam cerca de R$ 100 bilhões. O número de trabalhadores com carteira assinada pulou de 4,3 milhões, em 2000, para 13,3 milhões, em 2011. As exportações avançaram de US$ 4,6 bilhões, em 2000, para US$ 18,8 bilhões, em 2011. Os financiamentos do Banco do Nordeste cresceram 776% nos últimos dez anos. Nada menos do que 20% do crédito imobiliário da Caixa Econômica Federal, que já liberou mais de R$ 100 bilhões este ano, ficou no Nordeste em um empate emblemático com a região Sul e atrás apenas do Sudeste. "O Nordeste não é mais um saco sem fundo", diz o economista Rogério Boueri Miranda, diretor de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. "Os indicadores econômicos avançam mais rapidamente no Nordeste. Ainda há um longo caminho a ser percorrido, mas a região avançou social e economicamente", diz. O Nordeste virou a bola da vez graças a uma conjunção de projetos públicos e iniciativas privadas que promete transformar a região na nova fronteira de crescimento do país. Entre 2000 e 2005, as transferências governamentais saltaram de R$ 10 bilhões para R$ 19 bilhões, impulsionadas, em parte, por programas como o Bolsa Família. Projetos de infraestrutura, como a ferrovia Transnordestina e a Refinaria de Pernambuco, geram emprego e renda com reflexos em cadeia sobre outros setores da economia. Os investimentos privados na região também se multiplicaram. Mais de 70 empresas se instalaram em Alagoas. A carteira de projetos na Bahia soma R$ 72 bilhões até 2015. O Maranhão ganha até o n'n> do ano uma nova fábrica da Suzano Papel e Celulosa. Pernambuco inaugura em 2014 uma nova fábrica da Fiat com capacidade para produzir 250 mil automóveis por ano. A mineração foi um dos setores que mais recebeu investimentos estrangeiros no Nordeste. Nos últimos três anos, mais de 70 empresas investiram na região, gerando mais de 46 mil empregos. O resultado de tanta mobilização aparece no bolso do nordestino. Na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2012, do IBGE, a região liderou o processo de aumento do rendimento médio mensal dos brasileiros em comparação a 2011, com um índice de 8,1%, seguido pelas regiões Sudeste (6%); Sul (5,8%), Centro-Oeste (4,8%.) e Norte (2,1%).

Autor: O GLOBO

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