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Mesmo com chuvas, 'medidas excepcionais' serão mantidas para assegurar abastecimento de energia ao país

25.01.2022


O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) decidiu nessa quarta-feira (12) que, mesmo com o atual cenário favorável de chuvas, as medidas excepcionais adotadas ano passado para enfrentar a crise hídrica serão mantidas para garantir a segurança do suprimento de energia do país em 2022.

Em nota, o comitê formado pelos principais órgãos envolvidos na governança do setor, informou que a manutenção das medidas excepcionais será “reavaliada periodicamente, em reuniões técnicas”. Para isso, será considerada “a continuidade da recuperação dos armazenamentos de relevantes reservatórios de usinas hidrelétricas, as restrições relativas aos usos múltiplos da água e as incertezas intrínsecas associadas à evolução da estação chuvosa em 2022”.

O que mudou em relação ao ano passado é a definição do limite máximo de acionamento do conjunto de usinas térmicas pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) e o custo de geração tolerado no Sistema Interligado Nacional (SIN).

“O colegiado estabeleceu limite para o despacho adicional de recursos para atendimento ao SIN, de forma que a geração termelétrica total das usinas despachadas pelo ONS, já acrescidos dos montantes porventura importados, não ultrapasse 15.000 MWmédios, limitados a termelétricas que possuírem Custo Variável Unitário (CVU) de até R$ 1.000/MWh”, informou o CMSE, em nota divulgada após a primeira reunião de 2022.

 

O comitê pontuou que, “em casos de reconhecida necessidade sistêmica, advinda de indisponibilidades forçadas de equipamentos em base semanal, ou situações excepcionais devidamente justificadas”, poderão ser acionadas usinas com o CVU de até R$ 1.500/MWh.

Durante a crise hídrica, a preocupação com o déficit na oferta de energia, causado pela redução drástica do nível dos reservatórios das hidrelétricas, levou o governo a acionar usinas que estavam desativadas e, devido à ineficiência, com custo de geração acima de R$ 2.000/MWh. A situação enfrentada levou o país a enfrentar novamente o risco de apagões e racionamento compulsório no consumo de energia.

Para as autoridades do setor elétrico, a definição de “valores teto de CVU” serve para “priorizar a otimização energética a menores custos totais de operação”. Esses limites, informa a nota, poderão ser revistos nas reuniões técnicas do grupo técnico mantido pelo CMSE para acompanhar as condições de atendimento do país, se devidamente justificado.

 

CMSE projeta recuperação de nível dos principais reservatórios em janeiro

 

Com esse cenário favorável de chuvas que deverá se estender pelas próximas semanas, o CMSE projeta recuperação do nível dos reservatórios nas principais regiões do país em janeiro, com destaque para o subsistema Sudeste/Centro-Oeste. que reúne a maior parte da capacidade de armazenamento de água para geração de eletricidade.

O CMSE divulgou previsão de alcançar, no fim de janeiro, 40,0%, 34,2%, 70,6% e 52,9% da capacidade máxima de armazenamento nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente. Em dezembro, foram verificados armazenamentos de 25,6%, 42,8%, 52,3% e 54,7% nos mesmos subsistemas, respectivamente.

O comitê reformou a indicação do ONS de que, em dezembro de 2021, “foi observada a continuidade das chuvas no Brasil, contribuindo para o aumento das afluências verificadas, com o registro de valores acima da média histórica nas regiões Nordeste e Norte”.

Para os próximos meses, o CMSE considera projeções para os armazenamentos até junho de 2022, que apontam para o “pleno atendimento tanto em termos de energia quanto de potência em todo o período, sem que haja necessidade de uso da reserva operativa”. Os integrantes esperam alcançar o nível de armazenamento do subsistema Sudeste/Centro-Oeste em cerca de 47,1% em junho -- 18 pontos percentuais acima do nível verificado em 30 de junho de 2021.

 

Em balanço feito durante a reunião, o CMSE registrou a expansão de 7.562 megawatt (MW) da capacidade de geração em 2021 -- maior valor dos últimos cinco anos. No ano passado, as redes de transmissão de energia tiveram um acréscimo de 7.322 quilômetros de extensão e mais 17.315 megavolt-ampere (MVA) em capacidade de transformação nas subestações.

Outro destaque foi o crescimento da oferta de energia na modalidade de geração distribuída (GD), com incremento de 8.551 MW em 2021. “Isso representa cerca de 5% de toda a capacidade instalada atual de geração de energia elétrica do país, que atingiu o montante total de 190 GW instalados ao final de 2021”, destacou o CMSE, em nota.

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Autor: Rafael Bitencourt

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