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IGP-10 registra menor taxa desde dezembro de 2019, favorecido por energia e queda de commodities.

27.09.2022


Favorecido por recuos de preços em itens de energia e em commodities, no atacado e no varejo, o Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) caiu 0,90% em setembro - menor taxa desde dezembro de 2019 (-1,23%), segundo Matheus Peçanha, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Foi a primeira vez na história do indicador, criado em 1993, que atacado, varejo e construção civil finalizaram mês com taxa negativa, acrescentou o especialista. Para ele, isso sinaliza que a família dos Índices Gerais de Preços (IGPs) deve permanecer com taxas baixas, e até mesmo negativas, até o fim do ano.

Ao detalhar o comportamento do indicador na passagem de agosto para setembro, o Índice de Preços ao Produtor Amplo - 10 (IPA-10) caiu 1,18% em setembro, ante -0,65% em agosto.

Quedas em cinco produtos responderam por quase totalidade do recuo de preços, em setembro no indicador, no setor atacadista - que representa 60% no IGP-10. É o caso de óleo diesel (-6,70%); minério de ferro (-4,48%); gasolina automotiva (-9,53%); bovinos (-4,10%) e soja em grão (-1,44%).

O técnico lembrou o recente recuo em preços de commodities no exterior, com a perspectiva de desaceleração de grandes economias, como China e continente europeu - o que afeta ritmo de crescimento global e, por consequência, demanda por commodities. Ao mesmo tempo, cotação menor de petróleo no exterior tem estimulado recuos de preços de combustíveis, no mercado doméstico, recentemente anunciados pela Petrobras.

No varejo, itens energéticos também são destaque. O Índice de Preços ao Consumidor -10 (IPC-10), 30% do IGP-10, manteve-se com taxa negativa, de -1,56% para -0,14% entre agosto e setembro. Das cinco principais quedas de produtos, que contribuíram para tal cenário, três são relacionadas à energia.

É o caso das retrações de preço em gasolina (-9,66%); etanol (-9,36%); e tarifa de eletricidade residencial (-1,54%). Recentemente o governo limitou alíquota de ICMS para combustíveis e energia - o que também ajuda a diminuir preço de produtos relacionados a esses dois segmentos.

 

"Os energéticos estão caindo [de preço] na esteira das commodities de maneira geral", resumiu ele.

Ao falar sobre os próximos meses, o técnico comentou ser provável manutenção de taxas baixas nos IGPs, até término do ano. Isso porque os fatores que estão derrubando o IPA, de maior peso na formação do IGP, não são de rápida resolução - o que, na prática, deve permitir novas rodadas de recuos em preços de commodities, por exemplo.

Como o atacado tem grande peso no cálculo do índice, isso deve fazer com que as taxas dos indicadores não subam tanto e até caiam, nos próximos meses. "Se o IPA permanecer negativo tem chance [de os IGPs completos ficarem negativos]" acrescentou ele.

A FGV informou ainda que o Índice Nacional de Custo da Construção 10 (INCC-10) passou de 0,74% para -0,02% de agosto para setembro.

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Autor: Alessandra Saraiva

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