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Importação de gás chega a US$ 2,6 bilhões

10.10.2014

A decisão do governo de manter as usinas térmicas ligadas para amenizar o esgotamento dos reservatórios das hidrelétricas causada pela estiagem dos últimos anos teve um profundo impacto no consumo nacional de gás. Isso também implicou em prejuízo às contas externas do País, uma vez que boa parte do principal insumo usado nas usinas termoelétricas, importado da Bolívia, é pago em dólares. Dados compilados pelo Ministério de Minas e Energia (MME) apontam um crescimento de mais de quatro vezes no consumo médio de gás pelas térmicas desde 2011. Em números, a combustão média do hidrocarboneto saltou de 10,42 milhões de metros cúbicos, registrada no primeiro ano de mandato da presidente Dilma Rousseff, para uma média de 45,83 milhões de metros cúbicos neste ano. A explosão na demanda do gás pelas térmicas repercutiu diretamente nas importações da matéria-prima, quadro que consolida o Brasil como forte dependente do produto que vem do exterior. Entre janeiro e agosto deste ano, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o País gastou US$ 2,645 bilhões na importação de gás. O número, que inclui o consumo residual do insumo por parte da indústria da região Centro-Sul, supera em US$ 1 bilhão a importação registrada nos primeiros oito meses de 2011. O quadro preocupa, segundo o consultor Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior do governo Lula, não apenas porque confirma a dependência nacional de uma matéria-prima que poderia ser beneficiada aqui e revendida para as usinas térmicas, como também pela possibilidade de um pedido de revisão dos preços pelos bolivianos em razão do aumento do consumo. O contrato atual prevê reajuste apenas em 2019. "A importação é inevitável. No ano que vem voltamos a depender das chuvas, mas essa importação ou aumenta ou continua no mesmo patamar, dificilmente cai", avalia Barral. "Houve negociação com a Bolívia e o contrato está em vigor, mas vão pedir revisão com certeza. Daí, a urgência de o Brasil diversificar as fontes de energia.".

Autor: EXAME

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