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Ideia é fazer com que esse consumidor produza energia para o sistema; sucesso do programa vai depender do preço

13.03.2015


O governo lançou ontem as diretrizes do plano para atrair consumidores que possuem geradores próprios a produzir energia para o sistema. Segundo fontes do setor elétrico, há um potencial de 3,2 mil megawatts que poderia entrar na rede em abril. O sucesso do programa dependerá do preço que o governo vai oferecer para os estabelecimentos colocarem seus geradores para funcionar. Os valores ainda serão definidos pela Aneel. Na terça-feira, o diretor-geral da agência, Romeu Rufino, adiantou que cada fonte terá preço diferente,para que os custos da geração emergencial sejam devidamente remunerados.Ele explicou que o preço da energia produzida por geradores a gás poderia ficar abaixo do teto do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), hoje em R$ 388,48.No caso da energia gerada a diesel, o valor teria de ser bem maior. O caso foi retirado da pauta da diretoria na terça-feira justamente por que a portaria não havia sido divulgada. Publicada ontem, a portaria determina que as distribuidoras façam chamada pública para verificar o interesse de consumidoresde suas áreasde cobertura. Os requisitos exigidos limitam os número de candidatos a consumidores como shoppings centers, hotéis, estabelecimentos comerciais, pequenas indústrias e estádios de futebol, por exemplo. A ideia é que os consumidores que tême usam geradores no horário de ponta, quando a energia é mais cara, coloquem os equipamentos para funcionar em outros períodos, produzindo energia para todo o sistema. Caberá aos interessados encontrar formas de arranjar o combustível para o gerador. O mais provável é que consumidores com geradores a gás se interessempeloprograma,pois não é preciso estocá-lo.Para consumidores com geradores a diesel, o desafio será a forma de guardar o combustível. Os interessados terão de instalar sistema de medição para verificar a quantidade de energia produzida. O pagamento será feito pela distribuidora, que será ressarcida pela arrecadação do sistema de bandeiras tarifárias ou na data do reajuste tarifário anual. Os contratos terão prazo até 18 dedezembro. O potencial efetivo de produção de energia, porém, ainda é uma incógnita. Em tese, se os preços forem atrativos e o fornecimento de combustível não for problema, todos esses geradores poderiam produzir 3,2 mil MW médios,se funcionassem 24 horas por dia. Se funcionassem 12horas, seria 1,6 mil MW. O problema é que parte das empresas envolvidas já informou o governo que esse potencial dificilmente será atingido. O presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Glauco Humai, disse que a capacidade do setor é estimada em 400MW, mas apenas 30% desses equipamentos poderiam operar por 5 ou 6 horas seguidas. O restante são equipamentos antigos, em condições de gerar por no máximo umahoraemeia.Só consumidores conectados à alta tensão poderão participar.

Autor: O Estado de S. Paulo

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