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Aneel aprova mais uma rodada de reajustes

10.04.2015


A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou ontem mais uma rodada de reajustes n as contas de luz, continuando o cronograma anual das distribuidoras que já foram beneficiadas por uma revisão extraordinária nas tarifas no fim de fevereiro. Uma delas foi a CPFL Paulista, cujas tarifas terão reajuste médio de 5,29% a partir de hoje. Para os consumidores ligados na alta tensão, como indústrias, haverá aumento de 5,29%. Já para as unidades abastecidas pela rede de baixa tensão, como residências e comércio, a elevação será de 4,24%. As contas de luz dos consumidores da CPFL Paulista, no interior do estado de São Paulo, já haviam ficado em média 31,8% mais caras em 2015, devido à revisão extraordinária aprovada pela Aneel no fim de fevereiro para todo o setor de distribuição. O órgão regulador também aprovou hoje um reajuste médio de 7,07% nas tarifas da Cemig. Para alta tensão, o aumento é de 8,12%, enquanto para baixa tensão a elevação é de 6,56%. As contas de luz dos consumidores da Cemig já haviam ficado em média 28,8% mais caras desde o começo de março por causa da revisão extraordinária. Em 2014, o reajuste anual da companhia mineira teve impacto médio de 14,24% nas tarifas. O processo tarifário do ano passado causou discussões públicas entre a Cemig e a Aneel. Após ser "culpado" pela empresa pelo índice elevado de reajuste, o órgão alegou que o pleito da concessionária na ocasião havia sido ainda maior, de 29,74%. A Aneel concedeu ainda um aumento médio de 3,22% nas tarifas da Energisa Mato Grosso do Sul, antiga Enersul. Para alta tensão, haverá aumento de 3,64%, enquanto para baixa tensão a elevação será de 3,02%. Em fevereiro, a revisão extraordinária da empresa havia sido de 27,9%. Já para a Energisa Mato Grosso, antiga Cemat, o órgão regulador aprovou redução média de 0,38% nas tarifas. Para alta tensão, haverá aumento de 3,43%, enquanto para baixa tensão ocorrerá um decréscimo de 2,22%. Na revisão extraordinária de um mês atrás, o aumento médio para a companhia tinha sido de 26,8%. A Aneel corrigiu também reajustes concedidos para algumas empresas de distribuição em fevereiro, antes que a renegociação com os bancos para o alongamento do pagamento dos empréstimos ao setor fosse concluída. Com a mudança, as parcelas a serem pagas este ano pelos consumidores ficaram menores, o que diminuiu os índices de reajuste dessas companhias em cerca de 5%. A diferença paga pelos consumidores durante esse período será compensada nos reajustes anuais dessas empresas em 2016. Foram corrigidas as tarifas da Ampla, CPFL Leste Paulista, CPFL Sul Paulista, CPFL Jaguari, CPFL Mococa, CPFL Santa Cruz e Energisa Borborema. Racionamento O presidente do grupo AES Brasil, Britaldo Soares, afirmou ontem que o racionamento de energia já deveria ter sido implementado no Brasil, caso fosse feita uma análise meramente técnica a respeito da atual situação do sistema elétrico. A restrição da oferta seria uma solução estruturada para garantir que o nível de água dos reservatórios subisse mais e a dependência das chuvas no próximo período úmido, a partir do fim do ano, fosse menor no verão de 2015/2016. "Do ponto de vista técnico, a decisão do racionamento talvez já devesse ter sido tomada há mais tempo, se a gente buscasse a recuperação do sistema, e não a propagação do risco. Isso se quiséssemos restabelecer o sistema com um todo e resolver o problema de uma maneira mais estruturada", afirmou Soares, que participou ontem do Brazil Investment Forum 2015, promovido pelo Bradesco BBI em São Paulo. Pouco antes de comentar sobre o risco técnico que existe sobre o sistema elétrico, o executivo salientou que é preciso fazer uma distinção entre os aspectos técnico e político. "Haveria um freio de arrumação, um impacto na economia e no Produto Interno Bruto (PIB) já conhecidos. Obviamente, há cenário político a se considerar em toda essa questão", ponderou o executivo.

Autor: Jornal do Commercio (RJ)

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