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Governo quer aumentar oferta de termelétricas

29.05.2015


Na busca por uma matriz energética mais diversificada e uma maior segurança energética, o governo pretende retomar projetos polêmicos. Na lista estão a construção de usinas nucleares, termelétricas a carvão mineral e gás natural, além de usinas hidrelétricas com reservatórios. O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse que é preciso vencer preconceitos para aumentar os investimentos. - O Brasil precisa priorizar térmicas de base. Hoje, algumas máquinas precisam ser substituídas por outras mais baratas e mais estáveis na geração e mitigar o custo no setor. Para isso, é preciso estratégia com gás natural e com as fontes de biomassa e ter tecnologia correta para explorar com eficiência o carvão mineral. Não precisamos ter preconceito. Nossa política passa por rever prioridades - disse Braga. O ministro, que participou da 12ª edição do Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase), realizado no Rio de Janeiro, disse que a energia nuclear é uma necessidade. Ele destacou ainda que o governo pretende construir quatro novas usinas nucleares nos próximos anos, a partir de uma pré-seleção de 21 locais. Ele lembrou ainda que será preciso uma avaliação da presidente Dilma Rousseff. - Mais que uma prioridade, é uma necessidade. O que precisamos é ter um setor elétrico seguro e manter o fornecimento de energia com custo de geração e tarifação compatível com nossa economia. Assim, a térmica nuclear não pode ser desprezada. No segundo semestre estaremos prontos com pré-estudo - explicou Braga. O ministro afirmou ainda que o modelo de obra pública precisa ser alterado: - Esse modelo está vencido e Angra 3 é o último empreendimento como obra pública. A parte de construção e engenharia poderiam ser construídas por iniciativa privada e a operação sendo feita pela Eletronuclear. O Brasil deveria ser autossuficiente em urânio enriquecido. No evento, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, defendeu a volta da construção das usinas hidrelétricas com reservatórios, alvo de crítica de ambientalistas devido aos impactos socioambientais. Hoje, as usinas do Rio Madeira, em Rondônia, e Belo Monte, no Pará, estão sendo construídas sem reservatórios. Em sua apresentação, Tolmasquim apresentou um estudo no qual foram mapeados 71 projetos com capacidade de armazenamento de 50,7 gigawatts médios. O grupo menos sensível ambientalmente (com impacto para uma população de mil habitantes) soma capacidade de 10,8 gigawatts médios. Só a Usina de Itaipu tem capacidade de armazenar 14 gigawatts médios. - Esse é um tema sensível. Essas usinas só serão construídas após debate com a sociedade. É algo de médio e longo prazos - disse Tolmasquim. Hermes Chipp, diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que também defendeu a volta das usinas com reservatórios, lembrou que o consumo de energia vai continuar caindo ainda mais neste ano por conta da desaceleração da economia. Em maio, o ONS revisou a previsão de carga de uma alta de 3,3% para queda de 0,1%. No fim de junho, deve ocorrer uma nova revisão, destacou Chipp: - Mas não tenho a expectativa de paralisar a geração das usinas térmicas (que operam a pleno vapor) a curto prazo. Já o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeo Rufino, disse que as tarifas de energia elétrica terão uma redução no ano que vem. - A redução de energia vai ocorrer com a renovação das concessões da hidrelétricas e o melhor regime hidrológico, o que vai permitir que no ano que vem as térmicas comecem a ser desligadas.

Autor: O GLOBO

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