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Conclusão de Jirau está prevista para setembro de 2016

28.08.2015


Está previsto para entre setembro e dezembro o início da operação de sete turbinas tipo bulbo na hidrelétrica de Jirau. Cada uma dessas turbinas, que operam horizontalmente aproveitando a vazão e a velocidade do fluxo d'água, tem capacidade de gerar 75 MWs na usina, que está sendo erguida no rio Madeira, no distrito de Jacy Paraná, local 120 quilômetros rio acima, partindo de Porto Velho, capital de Rondônia. Jirau está a montante da hidrelétrica de Santo Antônio, também em construção no Madeira. Até setembro de 2016, outras nove turbinas das mesmas dimensões devem ser instaladas em Jirau. A usina será então um parque gerador com capacidade instalada de 3.750 MWs com garantia física de 2.184,6 MWs médios, o suficiente para o abastecimento de mais de 10 milhões de residências. Será responsável por 3,36% da carga elétrica nacional. A usina está conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) desde setembro de 2013, quando sua primeira turbina entrou em operação. Victor Paranhos, presidente da Energia Sustentável do Brasil (ESBR), empresa responsável por Jirau, diz que a conclusão da hidrelétrica será realizada de forma antecipada em relação ao segundo cronograma estabelecido. A usina, que começou a ser erguida em 2011, sofreu com greves no mesmo ano e em 2012 que culminaram com manifestantes ateando fogo em 36 alojamentos e no canteiro de obras. A previsão inicial de conclusão em dezembro de 2015 foi afetada com a ocorrência. Um novo cronograma foi estabelecido com a entrada em operação da 44ª turbina, a última prevista no projeto original, em novembro de 2016. "Essa turbina entrará em operação comercial em abril, sete meses antes", diz Paranhos. As obras continuam até setembro para dar conta de uma mudança no projeto original, que foi acrescido de mais seis unidades geradoras, totalizando 50. A ESBR tem como acionistas as empresas do sistema Eletrobras, Eletrosul e Chesf, a Engie, antiga GDF Suez, e Mizha Participações, subsidiária da Mitsui & Co. A previsão inicial da companhia era um investimento de R$ 15 bilhões na usina. Paranhos diz que o orçamento da obra, com valores atualizados com preços de junho de 2015 e acrescido dos recursos para as seis novas turbinas, está agora em R$ 19,3 bilhões, do qual ainda está pendente o desembolso de cerca de R$ 900 milhões. Mas o valor total pode diminuir, uma vez que a ESBR fez um pedido de ressarcimento junto às seguradoras contratadas referentes aos custos com os incidentes, classificados por ele como criminosos, ocorridos no canteiro de obras em decorrência das greves. Há um processo de arbitragem sobre o ressarcimento em curso em Londres. Em 2014, a usina de Jirau envolveu-se em nova polêmica. A Agência Nacional de Águas (ANA) acusou a hidrelétrica de agravar as inundações nas áreas ribeirinhas do rio Madeira, por não ter executado a implementação integral das medidas estruturais acordadas de proteção contra inundações. Rondônia, em 2014, registrou suas maiores enchentes dos últimos 100 anos, deixando milhares de pessoas desabrigadas. Na época, os consórcios controladores de Jirau e Santo Antônio demonstravam desentendimentos a respeito do controle de água nas barragens. Paranhos diz que as inundações de 2014 foram causadas exclusivamente devido à intensificação de chuvas nas cabeceiras da bacia hidrográfica e não foi agravada pela operação do reservatório da usina. "Esse entendimento foi confirmado pelo Operador Nacional do Sistema", diz. "De toda forma, novos estudos estão em andamento, visando um diagnóstico mais preciso em relação ao remanso do reservatório diante de vazões como as observadas na cheia de 2014.

Autor: Valor Econômico

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