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Eólicas geram 30% da energia no Nordeste

25.09.2015


Apesar da crise da economia, setor espera continuar a crescer neste ano e gerar 59 mil postos de trabalho Do Recife Impulsionada pela redução dos custos e pela estiagem prolongada, a quantidade de energia eólica gerada no Nordeste atingiu seu recorde em agosto passado e ficou perto de se igualar às fontes tradicionais, como hidrelétricas e termelétricas. No último mês, os aerogeradores foram responsáveis por 30,6% de toda energia produzida na região - a maior participação já registrada pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). No mesmo período, as fontes térmicas geraram 35,7%, e as hidrelétricas, 33,7%. Para uma comparação, no ano passado, a maior participação das eólicas na região foi de 16,8% em outubro. O peso das eólicas é maior no Nordeste devido à qualidade dos ventos na região: são constantes, unidirecionais e de alta velocidade. Por isso, a maioria das 266 usinas em operação comercial no país se concentra naquela região, em Estados como Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. A fonte eólica cresce em ritmo acelerado desde 2009 no país, quando foi realizado o primeiro leilão do setor. A capacidade instalada passou de 601 MW (megawatts) naquele ano para 2.514 MW, em 2012, e os 6.647 MW atuais. Hoje, as eólicas são a quarta maior fonte do país e a segunda mais barata, com preço médio de R$ 180 por MWh. Só neste ano, 57 usinas foram instaladas. Um dos fatores que reforçam a presença da energia gerada pelos ventos foi a estiagem prolongada dos últimos anos, que provocou a queda do nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas e reduziu a energia produzida em relação a anos anteriores. Para preservar a água em reservatórios estratégicos, como o da usina de Sobradinho, na bacia do São Francisco, o governo optou por aumentar o uso das termelétricas, que são mais caras e funcionam como reserva para períodos de estiagem. MOVIMENTO DUPLO "A geração hídrica está reduzida ao mínimo [em relação a anos anteriores]. Coincide termos aumentado a capacidade eólica e termos menos água disponível nas hidrelétricas. Esses dois movimentos fazem a participação da eólica crescer", afirma o presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Mauricio Tolmasquim. Além disso, a evolução tecnológica e a consequente redução dos custos foram decisivas para o desempenho do setor, que espera se tornar a segunda maior fonte de energia do país até 2020, segundo a presidente da Abeeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica), Elbia Melo. "Houve uma mudança tecnológica muito grande desde 2006, quando o primeiro parque eólico foi inaugurado, até 2009 - A altura da torre dobrou e a potência triplicou. Isso faz a produtividade ser maior e o custo, menor." Apesar da crise, o setor é um dos poucos que se mantêm aquecidos. A previsão para este ano é de gerar 59,4 mil empregos, com investimentos de R$ 24 bilhões. Em 2014, o setor fechou com 37 mil vagas. A mudança tecnológica foi muito grande desde o 1º parque, em 2006, até 2009. Isso faz a produtividade ser maior, e o custo, menor Elbia Melo - presidente da Abeeólica

Autor: Folha de S. Paulo

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