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BNDES prevê R$ 10 bilhões para usinas eólicas este ano

01.04.2016


Empreendimentos de energia eólica no Brasil vão ter cerca de R$ 10 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) este ano, com liberações estimadas em R$ 8 bilhões no período, o que representará avanço de 30% sobre o exercício precedente. As informações são da gerente do Departamento de Fontes Alternativas de Energia da instituição Cláudia Noel. As empresas do segmento, contudo, têm se queixado de maior lentidão na liberação de recursos pelo banco. De acordo com Cláudia, o apoio à energia renovável é uma prioridade do BNDES e não faltam recursos para isso. "Às vezes, porém, os projetos não conseguem atender às condições do banco ou não estão maduros o suficiente para que sejam aprovados", afirmou. Ainda no segmento de energia renovável, o Brasil deverá atrair, até o fim deste ano, mais três empresas interessadas em montar localmente painéis para a geração de energia solar fotovoltaica, com dois investidores chineses e uma grande empresa brasileira, que iria importar a tecnologia. O País realizou os dois primeiros leilões para contratar usinas solares, em 2014 e 2015, e os geradores que utilizarem placas montadas no Brasil terão acesso a financiamentos do banco de fomento, com juros abaixo dos cobrados no mercado. Essa fonte de geração dá seus primeiros passos no Brasil, mas as características climáticas favorecem a energia solar no País e por isso pode vir a deslanchar rapidamente. "São players internacionais muito relevantes, de grande porte, o que traz uma segurança para o setor de que não são aventureiros", comentou Cláudia, acrescentando que eles trarão capacidade seja para projetos de leilão, seja para geração distribuída. Somente esses três fornecedores somariam 1 gigawatt em capacidade de produção anual, que é aproximadamente o que foi contratado em cada um dos leilões de energia solar já realizados. Segundo Cláudia, que não quis informar os nomes dos grupos, a expectativa do banco é que as fábricas estejam em operação no segundo semestre do ano. Ela disse que os três investidores já assinaram termos de compromisso com o banco. Além desses, existem cinco fabricantes de painéis solares credenciados para vender equipamentos financiados pelo BNDES, mas são todas empresas nacionais, voltadas principalmente a fornecer sistemas de pequeno porte, como placas solares para instalação em telhados de residências ou comércio. Inversores solares Outro gerente do Departamento de Fontes Alternativas de Energia do BNDES, Marcos Cardoso, disse que o País também já atraiu fabricantes de inversores solares, com mais de meia dúzia de empresas fornecendo o produto localmente, entre elas a norte-americana GE, a suíça ABB e a brasileira WEG. Até o fim de 2017, o BNDES exigirá índice de conteúdo nacional em usinas solares que pode ser atendido apenas com a montagem local dos módulos fotovoltaicos. As empresas que forem além disso poderão ser financiadas com um financiamento maior. Ele disse ainda que já se instalaram no Brasil fabricantes de trackers, equipamentos que permitem que as placas solares das usinas acompanhem o movimento do Sol ao longo do dia, aumentando o rendimento. "O setor está andando bem", resumiu. O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, disse recentemente que o governo pretende contratar ao menos 1 gigawatt em usinas solares por ano para viabilizar a entrada dos fabricantes no Brasil. Para este ano já está agendado um certame de energia de reserva para 28 de outubro, no qual serão contratadas usinas eólicas e solares.

Autor: Jornal do Commercio (RJ)

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