Eólicas fora do mercado regulado
21.05.2019
Desde 2017, a venda de energia eólica no mercado livre é enxergada como opção para viabilizar novos projetos e complementar a demanda arrefecida dos leilões. No ano passado, foi expressiva a parcela da garantia física de projetos negociados no A-6 que ficou de fora do leilão para a venda no mercado livre. A Abeeólica entende que a tendência deve continuar. Mas há projetos que são exclusivos para esse ambiente, sem qualquer contrato com o mercado regulado. Com base em dados da fiscalização da Aneel, de abril, e do sistema de busca de participação acionária da agência, a Brasil Energia listou 75 usinas, que somam 1.816 MW e que têm outorgas emitidas para a construção, mas que não foram negociadas em leilões. A maior parte do potencial está localizado na Bahia, são 614 MW. Desses, 535 MW são de projetos da Renova, mas 304 MW têm baixa probabilidade de entrar em operação, e já têm proposta de extinção da concessão em andamento. Considerando os projetos classificados como viáveis, o Rio Grande do Norte concentra a maior parte do potencial, são 569 MW no estado, sendo 75 MW com baixa viabilidade. Piauí (358,9 MW), Paraíba (176,7 MW) e Maranhão (97 MW) completam a lista. Entre as empresas, desconsiderando os projetos com baixa viabilidade da Renova, a Enel lidera essa lista com 327 MW, no RN e PI. Em seguida, aparecem Queiroz Galvão (237 MW), Neonergia (176 MW) e Echoenergia (172 MW). A Abeeólica estima que só no ano passado, aproximadamente 2 GW de eólicas foram contratadas exclusivamente para o mercado livre. Considerando que alguns dos projetos listados têm baixa viabilidade, inclusive com processos de extinção de outorga, é provável que essas novas usinas ainda não tenham passado pela etapa de fiscalização da Aneel.
Autor: BRASIL ENERGIA