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Gesel vê diversidade no A-6 como uma política para o planejamento

25.10.2019

A contratação no Leilão A-6 de energia de fontes que nos últimos anos não tem se saído muito bem na disputa por espaço no mercado regulado mostrou que a preocupação em diversificar a matriz elétrica tornou-se uma política de governo para o planejamento da expansão do sistema. A avaliação é do professor do Instituto de Economia e coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da UFRJ, Nivalde de Castro. “A gente chama isso uma política de construção de um matriz estratégica. Aquela matriz que considera as características técnicas das fontes, de tal maneira que quanto mais diversificada a matriz, mais segurança energética você tem”, explicou Castro. Para o economista, essa orientação é positiva para a economia brasileira e a cadeia produtiva do setor elétrico, porque amplia a capilaridade dessa cadeia com a retomada de pequenas centrais hidrelétricas, que estavam paradas, e térmicas a biomassa, que também quase não tinham mais contratos. Realizado na sexta-feira passada, 18 de outubro, o leilão contratou 1.155 MW médios de projetos hidrelétricos, eólicos, solar fotovoltaicos e térmicos e gás e a biomassa, com cerca de 3 GW de capacidade instalada total. O deságio médio em relação aos preços de referência do certame ficou de 33,7%, com preço médio na faixa R$ 176/MWh e destaque para PCHs e CGHs (centrais geradoras hidrelétricas) e usinas a bagaço de cana. Castro lembrou que o resultado do leilão ficou acima da expectativa do mercado, em torno de 500 MW médios, e a contratação final foi mais do que o dobro, embora a demanda seja pequena. O que evitou com que ela fosse menor foi a necessidade de reposição de contratos vincendos das distribuidoras participantes, especialmente da Light, que foi a maior compradora. Roberto Brandão, que é pesquisador sênior do Gesel, também destacou que o A-6 contratou mais do que se esperava. Um fato interessante, mas não inédito, é que o certame tornou possível projetos de usinas com uma quantidade de energia disponível para contratação muito maior que o contratado. Essas fontes venderam na faixa de 35% de sua garantia física. Como tem acontecido nos certames do mercado regulado, os empreendedores deixam a maior parte da energia contratável para vender mais tarde no mercado livre. Há uma vantagem nisso, porque é possível negociar contratos com ágio no ambiente livre, em razão do desconto aplicado na Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição para o consumidor que comprar energia dessas fontes. “O mercado livre, até pouco tempo atrás, não viabilizava nada de expansão da geração. De uns dois anos para cá foi mudando e acontecem coisas como essa”, explica Brandão. Feliz com o resultado, o coordenador do Gesel vê a posição de cautela das distribuidoras como uma tendência também para os próximos leilões, mas considera que isso, de certa maneira, torna os certames mais competitivos. “Nesse leilão você tinha, ao final, 70 mil MW de oferta de projetos, para contratar 3 mil MW de capacidade instalada. Isso tende a se repetir, e outra tendência é que eu entro no leilão para ter uma porcentagem menor da garantia física no mercado regulado e levar o resto para o mercado livre” lembra Castro. Ele diz que este é também um dado positivo, porque “pode ser o drive da transição para um mercado cada vez mais livre garantir os contratos para financiamento da expansão.”

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Autor: CANAL ENERGIA

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